#003 - Por que crianças vivem no flow e você não?

Sobre o sentido do que te motiva, e sobre a sociedade querendo que você seja domesticado.

Percebo no meu filho um entusiasmo em fazer algumas coisas que não quer necessairiamente, e vejo que esse entusiasmo vem de um certo prazer da diversão de fazer algo diferente. Simples né?

Convido ele para lavar a louça, ele adora.

Convido ele para guardar a louça, ele se empolga.

Varrer a casa? Éébaa!!

***

Enquanto isso, eu fico procrastinando terrivelmente abrir aquela conta nova no banco melhor, mandar aquele documento para aquela empresa, escrever aquele e-mail pra te vender meu curso, ou minha pós em AHSD 😄

Não que eu não queira, por exemplo, vender meus produtos.

Mas na verdade eu quero fazer bons conteúdos e boas aulas.

O resto é só o resto, e só é feito PARA possibilitar isso.

Nisso entra tudo que não é estudar, ler, escrever, explicar…

Basicamente é isso que não me faz desistir quando o sofimento, a síndrome de impostor e o cansaço apertam:

De onde vem essa dor de não consgeuir fazer o que não se controla diretamente?


Por que não me animo em fazer o COMO para chegar nesste O QUE como o da foto acima, ou como esse de baixo, assim como o Miguel se anima para lavar a louça?


Será que é o padrão de exigência que eu tenho em cima da vida?

Eu adoro dar mais vida a você!

Dar mais possibilidade!

Por que eu vivi até os 32 anos castrado pelo mundo, pela família, pela cidade minúscula, pelos professores… Mas nada me castrava mais do que minha própria autoimagem.

Eu me sentia um completo inútil.

***

Em alguns momentos nós moldamos ativamente a vida, e temos forte poder de decisão, e se resignar nesses momentos é uma fraqueza ou uma covardia.

Mas parece que em outros momentos qualquer força é uma resistência inútil, e, portanto, causa muita dor inútil.

Pensando nisso, neste contexto, percebo que a única habilidade que importa realmente seria então a habilidade de identificar em qual situação você está:

1) na situação onde você é o efeito ou 2) na situação onde você é a causa.

Faz sentido?

Mas como identifica-se isso?

Qual é o truque?

Qual é a estratégia?

Como e eu sei se devo ou não devo agir? Forçar?

Se eu devo ou não devo brigar com a realidade?

Se eu devo ou não devo aceitar? Me resignar?

Se eu devo ou não devo lutar?

Deve haver algum sinal. Deve haver alguma bandeira.

Alguma coisa deve me ajudar a perceber. Mas o que seria?

Por várias vezes na vida me percebi insistindo de forma burra em algo, e lembro que o desfecho nesses casos era terrível. Quanto mais eu insistia, mais eu me enrolava mais, eu me atava a uma situação que depois se mostrava uma enorme perda de energia.

Outras vezes, percebi que a maioria dos arrependimentos que eu tive, assim como a maioria dos arrependimentos que muitas pessoas que eu atendi também tiveram, não se relacionava tanto àquilo que tinham feito, mas sim, relacionava-se muito mais àquilo que não tinham feito, mas que sabiam que deveria ou poderia ter sido feito.

Então, venho hoje, depois de muitos anos tentando brigar de forma não inteligente com a realidade, tentando receber sinais e pedir à vida, à consciência, ao meu inconsciente, a Deus, à realidade, ao universo, que algum sinal se mostre.

Estranhamente, esse sinal tem se mostrado de uns tempos para cá.

Começei apenas ouvindo o que a Dani me dizia que sua intuição apontava. Depois cheguei ao ponto de ter um sonho que me disse que iria aocntecer algo ruim na empresa e aocnteceu exatamente o que o sonho mostrava. Louco né?

Eu poderia aqui falar sobre alguma técnica psicológica, algum truque mental.

Mas não tenho.

E não conheço quem o tenha.

Ao invés disso, simplesmente tente pedir (para algo) e honrar quando receber.

Peça por alguma iluminação.

Peça por alguma resposta.

Peça com sinceridade e aceite com mais sinceridade ainda se essa resposta vir.

Algumas dessas já estão na sua cara. Algumas dessa respostas. Você que tem dificuldade em perceber que o sussurro é para você. Seu sistema de ilusão de compet6encia não permite você ver muitos dos erros, caminhos torpes, e ações inúteis.

Talvez por isso, não seja tão fácil de reconhecer uma resposta quando ela vier, pois parece que nosso mundo nos entorpece justamente para isso: para que não possamos perceber o quão inútil é aquele objeto que vamos comprar, aquela tarefa que queremos fazer. O mundo não quer que você tenha sentido na vida, ou que use sua intuição. Isso te deixa muito competitivo e esperto.

E muito veloz!

***

Eu ando pensando nos últimos tempos se nosso mundo não tem uma grande conspiração para que as pessoas fiquem anestesiadas, dopadas, insensíveis. Isso faz sentido para você?

Não se percebe mais a sutilidade…

Estamos para a vida como o menino que come doritos e não quer comer macarrão, pois o gosto do macarrão é muito sutil (e fraco) perto do sabor arrebatador e extonteante do doritos.

Acostumados com venvanse, enquanto a xícara de café não faz nem efeito mais.

Será?

Deixe contar um breve relato sobre isso:

Uma vez fui a um retiro onde ficamos por 3 dias sem comer carne. O dono do evento, Alan Nicolas, disse que queria nos deixar mais sensíveis para perceber coisas sutís, por isso colocou uma alimentação bem leve...

Resultado: no segundo dia, numa meditação conduzida pelo Rafa Medeiros, eu chorei por quase 2h como um bebê. Acessei coisas bem sutís realmente. E creio que a alimentação teve total relação.



Bem. Isso me sugere:
Viva com menos.
Faça menos.

Tente ser menos.

Peça por UMA resposta por vez.
E tente respeitar ela se ela vier.

Outra amiga me disse um conselho interessante. Disse que a resposta que a vida nos dá é funciona como as ondas da água ao jogar uma pedra. Ao jogar a pedra, a onda bate na borda da lagoa e volta. Mas nós não conseguimos deixar a onda voltar. Etsamos jogando pedra atrás de pedra, e a onda que está voltando ao centro (com a resposta) é cancelada por mais uma pancada da nova pedra que foi jogada…



Busque um pouco menos essa semana, e veja o que acontece.

Deixe a onda voltar. Dê um tempo para sua vida se encaixar.

Veja como essa news foi pulando de assunto em assunto. Começamos com dopamina x sentido e terminamos com intuição. Mas para quem não escreve uma news a quase um ano está ok, certo?

Mas veja: por que as coisas parecem não ter graça? Por que a gente perdeu a bússula da infância. A bússula do interesse, do sentido, da intuição.

Na verdade os dois assuntos estão intimamente ligados.

O interesse é uma das primeiras coisas que acontece, seguido de uma energia de ação comportamental que podemos chamar aqui de motivação, e que podemos associar com o disparo de dopamina. Já o sentido pode ser de duas formas primeira forma pode ser uma percepção rápida, uma análise racional, crítica ou emocional que se segue de um julgamento positivo sobre aquilo que está sendo feito ou que será feito. O outro tipo de sentido é o narrativo, que é uma análise de várias cenas, várias memórias, de vários momentos da vida, onde o indivíduo justifica de uma forma mais sofisticada e elaborada algum comportamento.

Essas coisas todas a gente perde na nossa vida escola, basicamente.

Por que a escola e a fábrica têm a mesma lógica? A resposta é clara: porque ambas precisam matar a mesma coisa para fabricar e manter pessoas que são apenas mecânicas - o interesse!

Esta não é uma coincidência, mas um projeto sistemático.

Podemos observar isso claramente quando analisamos como a escola mata nosso interesse e não nos fornece recompensas além de estrelinhas e notas (recompensas extrínsecas), ou punições como repetir de ano.

Da mesma forma, a lógica do trabalho industrial nos tira também o interesse, visto que só se quer o nosso comportamento ou só quer o nosso resultado, e não há interesse na motivação.

O que o mundo faz é te cobrar um EFEITO, mas não permite, ao mesmo tempo, que você busque as CONDIÇÕES para que esse efeito ocorra.

A professa quer a nota, mas não quer seu interesse.

O patrão quer resultado, mas não se importa com sua motivação.

O seu COACH quer te dar o caminho, mas ignora que esse caminho é o DELE e não o SEU!

Portanto, a conclusão é clara: nunca acredite em alguém que tenta matar seu interesse. 

Nunca acredite em alguém que tenta vender um comportamento sem explicar como esse comportamento pode ser gerado.

E nunca tente gerar ou forjar interesses apenas para alcançar resultados. 

O caminho está em reconhecer e nutrir os interesses genuínos.

Só assim você consegue ser como Miguel, e adorar lavar a louça, ou arrumar a casa…

Nos vemos daqui uns dias. Tenho boas notícias para todos vocês!

Dia 30 de Janeiro vou estar no podcast paranormal experience, em SP, e dia 7 de FEV vou estar no Podpeople - da dra Ana Beatriz, no RIO.

AHH

dias 14, 15 e 17 de FEVEREIRO terá meu PRIMEIRO EVENTO PRESENCIAL DA VIDA!
Mas isso eu te conto depois, em outro e-mail.


Vamos fazer muito barulho ainda.

Tem um vídeo que você vai gostar de ver no meu youtube:

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